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8 de março de 2011

da inescrevibilidade, as dúvidas



a partir de um escolha que mudou quase toda a minha vida, o peso de uma decisão acaba ganhando outra profundidade. Quando me mudei ouvi algumas pessoas falaram sobre minha coragem em mudar de cidade e trabalho para apostar em um relacionamento. No entanto, eu pensava que aquela decisão estava mais para o oposto da covardia do que para a coragem propriamente dita. Eu agia como um louco arquetípico do tarô, seguindo esperançoso em direção ao desconhecido porque tinha um bom motivo para me mover, mas não tinha menor idéia do que me aguardava adiante.

sim, todas essas mudanças trouxeram novidades, mas não estou certa de que escrever sobre elas seja sensato, ou que esteja pronta para escrever sobre elas. Estou me perguntando se algo é sensato. É a este tipo de novidade que me refiro. De repente, me pegar refletindo sobre as conseqüências das minhas escolhas e como uma palavra mal colocada pode causar estragos. É claro que já pensei sobre essas coisas, várias vezes, mas a diferença hoje está na intensidade das idéias, no tempo em que me debruço sobre elas. Surpreende.

Demorou para eu compreender o quanto da minha decisão estava enraizada no meu lado afetivo. Como tudo estava atrelado ao tipo de relacionamento que queríamos construir, no tipo de felicidade que desejávamos para nós – o que poderia ser sólido ou frágil, dependendo de uma série de questões subjetivas entre dois indivíduos bem diferentes. Uma vez me disseram que um relacionamento tem muito a ver com fé. Só nas últimas semanas isso começou fazer sentido de uma forma prática.

aos poucos começo a lembrar de uma série de coisas que minha mãe dizia sobre relacionamentos, paciência e tolerância que eu achava, não se aplicarem a mim. De repente, me pego observando a importância dessas coisas. Concluir que amar não é bastante é algo que se aprende com decepções e umas quebradas de cara, mas o que é necessário além do amor requer disposição. E me desconfio que é por isso que vemos histórias de desfazendo e as pessoas reclamando das dificuldades de se encontrar alguém, sim é difícil, mas é um primeiro estágio. A questão, para além de achar é escolher cultivar o amor e mantê-lo.

é num movimento sutil em que o etéreo se transpõe para a ação. E nessa sucessão de cuidados de delicadezas mútuas se estabelecem outras lógicas, gestos diários, novos hábitos e observações silenciosas eu ainda não sei o que há para ser escrito. Quando se tenta viver a felicidade com menos drama, o que fica de assunto?

1 comentários:

Adri disse...

É isso aí, Stephanie, para amar tem que ter disposição. Sabe o "conquistar todos os dias"? É batido, é real e é difícil pacas.
Beijos!
PS: Vejo que nossos blogs têm o mesmo fundo de novo! Juro que não foi de propósito, rss.