Pages

22 de julho de 2010

vambora

vezenquando essa sensação de que vida está ficando pequena pro que você quer ser. não que você queira muita coisa. e se quiser, é direito seu. ninguém vai arder insone de desejo ou se afundar quando suas expectativas não se cumprirem, como você vai. seus desejos já foram mais caros, mais longe, recendendo a pretensão de quem se pensa resolvendo quase tudo sozinha, deixando o importante. gentes e a si mesma inclusive.

parte da dinâmica é se ultrapassar, por isso seu agora tem um travo de ‘e depois?’ apesar de concentrar na lição de viver o presente - afinal não há mais nada – acredita-se que o agora se desdobra noutra coisa e a vontade aponta. a próxima, por favor

parece que tudo o que você queria ser é adulta. isso: ter suas responsabilidades, sua grana, decidir por sua vida dentro de algumas opções, cuidar de si e todo dia lembrar de não se sentir mal pelo fato de que eles não entendem que você caiu fora do esquema boa moça se fazendo de virgem aos 25 porque solteira - ok, quem precisava, entendeu. irritante é a conversa fiada de sobra que não vai mudar nada.

e viva o velho mantra: ‘ninguém lava minhas calcinhas’. tem horas em que só repetindo muito. quando surge um pra cagar moral censurando sua felicidade. sempre há. E não tem o que explicar porque no fim o amor e preocupação justificam a reticência, mas só o amor vale alguma coisa, nem por isso impede que mudo gire e a vida siga.

é preciso inventar outro limite. tá na hora de dar a cara a tapa, de parar de disfarçar a mulherice nessa farsinha familiar em que te tratam como pós adolescente, inocente, tolinha. a voz da experiência que interessa vem de dentro, quebrar a cara também é necessário. encontrar um jeito próprio de organizar o território. o que vem é hora do passo e você sente o desejo silencioso se concentrando, foco.

você mal pode esperar – a porrada contra essa pequenice, pra desfazer a coisa esgarçada se arrastado há anos por questões de grana. finalmente parar de fazer contas e fluir em direção risco. e melhor, numa direção diferente do plano inicial, sem se ultrapassar e levando em conta o que importa: a gente e o sentir.

4 comentários:

Mallu de bicicleta disse...

Você está maravilhosamente ácida e desafiadora neste texto... gostei! tá parecendo mais real p/ mim, inclusive.

Alê Santos disse...

O importante é lembrar que a chave para mudar está ao alcance de suas mãos...

Tendeu? Tendeu?

Lubi disse...

fico feliz por saber que você está feliz.
a vida é um risco. não adianta contas, muitos planos.
vá.

um beijo.

Paulo Bono disse...

No final das contas, o melhor custo-benefício é fazer o que você quiser.